Importância do bom colesterol aumenta com a idade Um importante estudo populacional realizado na Alemanha com mais de 20 mil pessoas trouxe grandes contribuições para a Cardiologia mundial. Denominado PROCAM (Prospective Cardiovascular Mhünster study), o estudo comprovou o papel protetor da HDL (o chamado “bom colesterol”), ao observar que pessoas que infartam jovens têm nível de LDL mais alto e HDL menos alterado. Mas, à medida que a pessoa vai envelhecendo, o nível de LDL tende a permanecer mais ou menos no mesmo patamar que o da população normal, enquanto que a HDL vai diminuindo progressivamente. Com isso, o estudo mostrou que a elevação das taxas de HDL é tão importante para a saúde cardiovascular quanto a redução de LDL, especialmente em idosos, diabéticos, obesos ou que tenham aumento da cintura abdominal. Segundo o médico cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de São Paulo, Dr. Jairo Lins Borges, “como cerca de 80% dos infartos acontecem entre pessoas com mais de 60 anos, há que se preocupar com a elevação das taxas de HDL em pacientes nessa faixa etária, para se evitar eventos cardiovasculares como morte ou infarto do miocárdio. Ou melhor, deve-se procurar manter os dois tipos de colesterol dentro dos níveis recomendados pelas diretrizes médicas e pelos estudos clínicos atuais. No caso das mulheres, os níveis de HDL recomendáveis devem ser superiores a 50 mg/dl de sangue. Já para homens, a taxa mínima é 40 mg/dl. No diabético, acima de 45 mg/dl”... Entenda a diferença entre o bom e o mau colesterol De grande importância para o organismo, o colesterol é matéria-prima para formar hormônios e ainda compõe a membrana das células do corpo. O colesterol do sangue é formado a partir da absorção de gorduras saturadas e do próprio colesterol da alimentação (gorduras de origem animal); é também produzido pelo próprio corpo, no fígado. As duas principais frações do colesterol são a LDL (o mau colesterol) e a HDL (o bom colesterol), que são transportados na corrente sanguínea, ligados a uma proteína, a lipoproteína. A lipoproteína de baixa densidade – LDL-colesterol – é produzida a partir de partículas formadas no fígado e circula no sangue para levar colesterol às células. Ele tem uma subfração, a LDL pequena e densa que, quando em excesso, sofre um processo de oxidação e passa a ser depositado na parede das artérias, dando origem às “placas de aterosclerose” que podem romper-se subitamente e provocar o infarto agudo do miocárdio, a morte ou o acidente vascular cerebral, o popular derrame. Seu excesso no sangue é, portanto, indesejável e deve ser combatido. Por outro lado, a lipoproteína de alta densidade – HDL-colesterol – tem como função “retirar” o excesso de colesterol das células, minimizando seu depósito na parede das artérias. Assim, quanto maior o teor das lipoproteínas HDL, mais se evita a obstrução arterial pela aterosclerose. Aliás, a HDL é a única via que o organismo dispõe para retirar colesterol das células e eliminá-lo através do fígado e das fezes.
Vale destacar que esses são fatores importantes
na formação das placas nas artérias, mas não únicos. O excesso de açúcar no
sangue, como acontece no diabetes tipo 2, que se desenvolve com a idade e a
obesidade, o tabagismo e a hipertensão arterial também contribuem para a doença
aterosclerótica. |