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Envelhecimento saudável - uma questão de opção

 

 

 

 

Por Denise Mendonça de Melo*


A pirâmide etária brasileira tem apresentado modificações consideráveis. Basta observar, sem maior compromisso, para perceber que a porcentagem de pessoas idosas nas ruas tem aumentado. Acredita-se que tal fato esteja acontecendo devido ao aumento da expectativa de vida. Em Juiz de Fora, particularmente, segundo Ana Paula Cupertino, doutora
em Desenvolvimento Humano e Professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, o percentual de idosos é superior ao estadual e ao nacional.

Diante desta realidade, torna-se imperativo uma reavaliação e reflexão sobre as questões concernentes ao envelhecimento por todos os seguimentos sociais e profissionais. Será que as pessoas estão preparadas para lidar com o envelhecimento em todos os seus aspectos e implicações, inclusive quando diz respeito ao próprio processo de envelhecimento? Muita gente teme a chegada na terceira idade como se não fosse possível viver essa etapa da vida de forma satisfatória e prazerosa.

 

 

 

 

Para Diane Papalia e Sally Olds, os 65 anos são a entrada tradicional para a terceira idade, última fase da vida, entretanto muitos adultos aos 65 anos ­ ou mesmo aos 75 ou 85 ­ não se sentem ou agem como velhos e nem, necessariamente, deixam de desenvolver atividades produtivas. Grande parte dos idosos desfruta de boa saúde física e mental, e, embora algumas habilidades possam diminuir, as pessoas física e intelectualmente ativas podem manter-se muito bem na maioria dos aspectos e até mesmo melhorar sua competência.

Quando se observa bebês de uma mesma idade, poucas diferenças significativas são identificadas, entretanto quando pessoas idosas, com o mesmo tempo de vida, são observadas uma grande heterogeneidade é detectada. O processo de envelhecimento pode ser vivenciado dentro de uma gama de possibilidades que são determinadas pelas escolhas feitas pelo sujeito ao longo da vida. O estilo de vida adotado, tipo de personalidade, presença ou ausência de parceiro amoroso, vida sexual, atividade laborativa e/ou intelectual, prática de exercícios físicos, alimentação, todos esses fatores, entre outros, geram um perfil diferenciado de envelhecimento.

Outro fator relevante é a constituição genética de cada um. Existe uma tendência das pessoas se preocuparem com o envelhecimento somente quando já estão vivenciando este processo. Nesta época, possivelmente, ocupar-se-ão de lidar com as limitações advindas de uma série de descuidos somados no decorrer da vida. Sendo o envelhecimento um processo inevitável é interessante que se adote uma atitude mais saudável e menos imediatista no sentido de otimizar esse processo, permitindo o desenvolvimento inclusive durante a terceira idade.

Preocupada com as questões referentes ao envelhecimento uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora, coordenados pela professora Ana Paula Cupertino, desenvolve o estudo PENSA ­ Processo do Envelhecimento Saudável. Este estudo visa a coleta de informações fundamentais, junto à população idosa desta cidade, investigando os aspectos sociais, emocionais e cognitivos da saúde dessas pessoas. O intuito é de favorecer a implementação de programas que viabilizem a melhora da qualidade de vida do idoso. Pretende conhecer o perfil do idoso em Juiz de Fora, possibilitando intervenções que contribuam para que o envelhecimento aconteça de forma saudável. Além disso, a UFJF possui um programa voltado para a população idosa que oferece cursos, palestras e oficinas.

 

 

 

 

 

De acordo com os gerontologistas o limite para o ciclo da vida humana é de 110 a 120 anos. Com os freqüentes avanços na área da saúde a tendência é que cada vez mais pessoas possam atingir esse limite, sendo assim é preciso cuidar para que esse percurso seja atravessado da maneira mais satisfatória possível.

* Denise Mendonça de Melo é psicóloga, formada pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora.

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Fonte: http://www.jfservice.com.br/viver/arquivo/psique/2003/07/21-Denise/, 21/07/2003