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Relação sexual gera ansiedade em 49% dos homens

Daniele do Nascimento Madureira

Pesquisa, que integra campanha de conscientização sobre disfunção erétil, ouviu 588 moradores da cidade de São Paulo, entre 18 e 70 anos

Independente da região geográfica, da classe social ou da idade, o problema fundamental entre homens e mulheres é um só: falta de diálogo. Esta é a conclusão de duas pesquisas apresentadas na manhã de hoje, dia 1º, em São Paulo, durante o lançamento da campanha "Abra o jogo. Converse", uma iniciativa do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP - ProSex, que procura estimular os casais a romper o silêncio sobre seus problemas sexuais. A campanha, orçada em R$ 2,5 milhões, conta com o apoio da Bayer, que também patrocinou as duas pesquisas: uma no Brasil e outra realizada em sete países (Inglaterra, Alemanha, França, Espanha, Itália, México e Canadá). 

No levantamento internacional, foram ouvidas 1,2 mil pessoas, entre homens de 18 e 70 anos com algum grau de dificuldade de ereção, parceiras de homens que sofrem do problema e ainda clínicos gerais e urologistas. John Dean, especialista em sexualidade e médico do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, apresentou os resultados hoje pela manhã, em São Paulo.  

"Os casais que guardam silêncio sobre o problema relatam emoções negativas, como frustração, vergonha e depressão", afirma Dean. Em contrapartida, 48% das mulheres e 41% dos homens ouvidos disseram que iniciariam uma conversa se soubessem que o parceiro ou parceira tem vontade de falar do assunto. 

Já no Brasil, o Instituto Ipsos coordenou a pesquisa realizada com 588 homens, entre 18 e 70 anos, residentes em São Paulo. Nos últimos 12 meses, 23% dos entrevistados não conseguiram alcançar ou manter a ereção, atingir o orgasmo ou penetrar a parceira. Entre estes, 29% não procuraram nenhum tipo de orientação ou auxílio e 30% não quiseram responder; apenas 20% conversaram com a parceira, 12% foram ao médico e 9% procuraram ouvir amigos a respeito.  

Em 49% dos entrevistados, a relação sexual foi acompanhada de muita ansiedade. "Isso significa que um momento de prazer está gerando estresse, o que é péssimo para o homem e para a mulher", diz Carmita Abdo, coordenadora do ProSex. Segundo a psiquiatra, boa parte dos homens não conta para a parceira que passa por algum problema devido ao constrangimento, enquanto que elas evitam abordar o assunto, temendo que eles se sintam culpados. "Uma conversa aberta é o primeiro passo para voltar a ter uma vida sexual saudável, contribuindo não só para a qualidade de vida, mas até para salvar o relacionamento", diz a especialista.  

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Fonte: http://www.meioemensagem.com.br