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Pais que retornam a residir com os filhos na velhice.
Novas ou velhas parcerias?
 

Como o idoso percebe a instituição família na atualidade? Como ele se relaciona com as diferentes gerações? Quais são as dificuldades nesse convívio e como se organiza internamente diante das contradições? Foram estas perguntas que guiaram a psicóloga Valéria Lima Antunes dos Santos em sua pesquisa de mestrado na PUC-SP, intitulada Pais que retornam a residir com os filhos na velhice. Novas ou velhas parcerias? 

A dissertação levou em conta o aumento da longevidade no Brasil que repercute em todas as camadas sociais e, consequentemente, há uma crescente preocupação diante do envelhecer. Segundo Antunes dos Santos, as ciências médicas e a tecnologia vêm proporcionando ao ser que envelhece maior qualidade de vida, mas pergunta: como viver estes anos a mais, com dignidade e ter os direitos garantidos? Reconhecendo que em nossa sociedade a família ainda é o elo entre o indivíduo e a comunidade na qual esse sujeito se insere, sendo a mola mestra que lança o sujeito para a vida, a família, portanto, é responsável pelo ser que se forma. Por isso, a psicóloga assinala que se há de pensar a respeito dos cuidados que cabem a essa instituição para com os seus membros mais velhos, quando esses vínculos afetivos permanecem fortes.  

Sua pesquisa, qualitativa, lhe permitiu compreender como o sujeito velho enfrenta esse novo período de transição e a maneira como dá continuidade aos projetos de vida que foram postergados. Segundo a pesquisadora, foi possível identificar um crescente comprometimento desse segmento etário em tomar para si a conquista do que considera significativo. Antunes dos Santos conclui dizendo que “mesmo residindo com a família, o ser idoso demonstra que preserva a autonomia e a responsabilidade por suas escolhas”.