
Envelhecer
sem
visão?
Por
Giulio Vicini* –
pesquisador
mentor
Diretamente para o Portal
Um
velhinho (ou
uma velhinha) de
cabelos
brancos,
as
costas
acentuadamente curvadas,
pernas
que
mal
o carregam
para
frente,
com
uma
bengala
que
tateia
no
ar,
lábios
virados
para
dentro
pela
falta
dos
dentes,
olhos
apertados
para
descobrir
o
caminho
ou
o
rosto
de
quem
se avizinha …
Muitos
velhos
ainda
cheguem à velhice
com
este
retrato
de
si
mesmos
inscrito
em
seu
corpo.
Ao envelhecermos perdemos alguma funcionalidade biológica,
mas
se houver
perda
incapacitante, será
devida
a
algum
tipo
de
enfermidade
e
não
ao envelhecimento. É
possível
chegar
à velhice e
viver
nela
com
fôlego
para
andar,
com
bom
equilíbrio
e
leveza,
e
sem
corcunda.
Assim,
também
é
possível
ser
velho
(ou
velha)
tendo boa
visão.
Aprendemos que a visão piora com a idade, que os olhos se
cansam e que é “normal” usar óculos para corrigir uma falha “natural”. É como se
nos dissessem que nossos músculos se cansam com a idade (não com o esforço) e,
portanto, é natural que, a partir de uma certa idade, passemos a usar uma
cadeira de rodas: de início, para descansarmos um pouco, de vez em quando;
depois para sempre, porque nossos músculos se cansaram de vez.
Podemos
cuidar de
nossos
músculos
para
que
eles
fiquem
disponíveis
a uma
vida
saudável
e
prazerosa.
Assim,
também,
podemos
cuidar
de
nossos
olhos
para
que
eles
não
se cansem,
não
se estressem e
não
se estraguem de
vez,
contraindo
enfermidades
que
nos
levem à
visão
subnormal
ou
à
cegueira.
O
método
Meir Schneider Self-Healing pode educar-nos
para
conseguir
este
valioso
objetivo.
Meir
Schneider,
cego,
descobre o
caminho
da
saúde
O
livro “Uma
lição de
vida”
conta-nos a
saga do
jovem
Meir Schneider
para
recobrar
a
sua
visão,
após
ser
declarado
cego
aos
sete
anos
de
idade
“Nasci
vesgo,
com
glaucoma (excesso de
pressão
nos
olhos),
astigmatismo (curva
irregular da
córnea), nistagmo (movimento
involuntário dos
olhos) e
catarata (opacidade do
cristalino).
Em
suma,
eu
era
cego.”
Nos
primeiros
três
anos
de
vida
“tomei
consciência da
minha
cegueira.
Um
mundo
incômodo,
tenebroso –
sempre
escuro.
Muitos
sons
súbitos e
inesperados. Raras
vezes
eu sabia
onde estava. O
mundo vivia
cheio de
superfícies duras e
arestas agudas...”.
Tendo nascido
em Lvov, na Ucrânia, aos
quatro
anos
Meir emigrou
com
sua
família
para
Israel,
onde
viveu
até
se
tornar
um
jovem
adulto.
Na
adolescência,
Meir foi apresentado
por
Miriam, uma
bibliotecária
que
se interessava
por
saúde,
a Isaac,
um
jovem
de dezesseis
anos,
que
o introduziu aos
métodos
de
cura
do dr. Bates (americano)
e
que
o incentivou a
recuperar
a
visão:
”Desenvolvendo o
hábito de
procurar
coisas específicas
onde
elas deveriam
estar, ativei
gradativamente os
olhos e o
cérebro
para o
processo de
ver.
Durante dezesseis
anos,
eu aprendera a
não
olhar, a
não
ver, a
não
tentar
encontrar
coisa alguma...
Ninguém,
nem
mesmo
eu, acreditou
que
um
dia
eu viesse a
enxergar....”
Miriam, a bibliotecária, continuava a estimular e a orientar
Meir:
“Não existe
pessoa
completamente
doente,
como
tampouco existe
pessoa
totalmente
saudável. Existem
apenas
pessoas
que se movimentam
mais e outras
que se movimentam
menos. O
movimento no
corpo
humano é
contínuo.
Quando
ele pára, paramos de
viver.”
Na
praia,
enquanto estava se exercitando, Meir
encontra
o
velho
Shlomo,
com
o
qual
aprende
movimentos
e
alongamentos
de
ioga:
“Shlomo deu uma
grande
contribuição ao
fundamento de
minhas
idéias
sobre
exercício e
trabalho
com o
corpo.
Eu
tinha dezessete
anos e
ele, setenta e
sete, e aprendi
muito
com
ele. ...
Maravilhoso
verão,
que constituiu o
clímax do
ano
mais
importante da
minha
vida!
Primeiro, Isaac
me ensinou os
exercícios
para os
olhos e predisse
que
eu enxergaria
sem
óculos.
Depois Miriam
me ensinou o
movimento
suave e a
respiração. E
agora Shlomo
me mostrava
estiramentos
para
soltar e
fortalecer
ainda
mais o
corpo.”
Ao longo de toda sua trajetória de cura, Meir interessou-se
por muitas pessoas com os mais variados problemas “incuráveis” e que o
procuravam para receber sua ajuda. Assim, aos poucos, orientando essas pessoas a
se tratarem com exercícios, foi formulando um método de cura que chamou de
autocura: o método Meir Schneider Self-Healing. Após ter exercido sua
terapêutica por vários anos em Israel, em 1975 mudou-se para San Francisco, na
Califórnia, onde completou seus estudos e fundou o Center of Conscious Vision
(Centro para a Visão Consciente) e um Centro-Escola de Self-Healing
(1980). Neste centro ele prepara terapeutas especializados em seu método.
Meir
também
forma
terapeutas
no Brasil,
em
cursos
ministrados
por
ele
mesmo
e
por
Bia Nascimento, uma professora
universitária
de
Terapia
Ocupacional,
brasileira,
que
controla
seu
problema
de
distrofia
muscular
graças
ao
método
Self-Healing. A quem tem algum problema de visão, Meir desvela:
“Os
óculos
não curam a
visão
fraca e
não oferecem
alívio
para os
olhos
fracos.
São, tão-somente, uma
muleta
que faculta aos
olhos
fazer
um
esforço
para
ler;
ler o
tempo
todo de
óculos é o
mesmo
que
andar o
tempo
todo de
muletas.”
E
avia a
melhor
receita:
“Por pior que se apresente o seu estado, ou por mais deficiente que você
seja, há em seu interior uma força poderosa que pode sempre curá-lo ou, pelo
menos, melhorar sua situação.”
Enxergar bem na velhice
A presbiopia,
ou “vista cansada”, é a
condição
de
quem
tem
visão
longínqua,
tendo
dificuldade
de
enxergar
de
perto.
Ela
é atribuída à
idade,
mas,
de
fato,
decorre do
mau
uso
prolongado dos
olhos,
o
que
faz
com
que
eles
fiquem estressados. Normalmente, a presbiopia é corrigida
com o
uso de
lentes,
mas,
como Meir
diz,
ela
pode
melhorar
após
cerca
de
três
meses de
exercícios
apropriados.
E
quais
são
eles?
Talvez
você
esteja pensando
em
algo
exigente
e complicado
como
subir
montanhas
tibetanas
ou
atravessar
oceanos
a
nado
ou,
quem
sabe,
caminhar
sob
sol
escaldante
por
desertos.
Absolutamente!
As
orientações
de Meir
são
singelas:
“nossos
objetivos
principais incluem
tornar
seu
olho
mais
flexível, fazê-lo
abandonar a
sensação de
estresse e
esforço…e
prover
condições
oculares
mais
favoráveis..”.
Os
principais
exercícios
sugeridos
por
Meir
são:
·
fazer descansar
os olhos, empalmando-os com as mãos (ver o escuro);
·
expor os olhos ao
sol de forma apropriada, para acostumá-los com a luz (ver a luz);
·
piscar com
freqüência e leveza, para aliviar a contração dos músculos dos olhos e massagear
o globo ocular;
·
estimular a visão
periférica, oferecendo descanso à visão central;
·
alternar a visão
para perto e para longe, procurando enxergar detalhes, pois é assim o modo
natural de olhar;
·
fazer exercícios
de leitura “suave”, conforme indicações do Manual de Autocura
e
·
automassagear a
testa
e as
maçãs
do
rosto,
para
o
sangue
poder
fluir
facilmente
até
os
olhos.
Um
dia,
Miriam, a
bibliotecária
que
iniciou Meir no
caminho
da
recuperação
de
sua
visão,
disse a
ele:
“Os
músculos
da
barriga
da
perna
estão ligados à
visão.
Você
sabe disso,
não?”
A
partir
dessa
fala
de Miriam, Meir percebeu
que
todo
o
corpo
está envolvido no
ato
de
ver
(e
com
ele,
todas as
emoções)
e
que
o
trabalho
corporal
(exercícios
e
massagem)
ajuda
a
melhorar
a
visão.
Você
pode
encarar
de
frente,
usando
esse
método
natural
de
cura,
todo
problema
de
visão,
inclusive
grave
ou
“incurável”,
se fizer a
experiência
de
sentir
seu
organismo
modificar-se
para
melhor.
*Giulio Vicini -
Mestre
em
Gerontologia,
Psicólogo,
Self-Healing Massage Practitioner/Educator - Level Two
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