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Envelhecimento e
estresse
Fernanda
Dias
Francelino
-
Diretamente
para
o
Portal
A
idéia
de
estresse
que
imediatamente
nos
vem à
mente
é a
idéia
da
figura
do
homem
moderno,
cheio
de
atribuições,
problemas
de
trabalho,
de
família,
ou
de finanças.
Estresse
é
sinônimo
de
fazer
muitas
coisas
ao
mesmo
tempo.
Por
isso
a
dificuldade
das
pessoas
em
compreender
como
o
idoso
pode
estar
em
uma
situação
de
estresse.
Estresse
para
quem
não
trabalha?
Mas
como,
se
ele
não
possui
problemas
considerados ”estressantes”?
Quem
não
é
produtivo
não
se estressa.
A
família
do
idoso
muitas
vezes
não
consegue
compreender,
uma
vez
que
proporcionar
“repouso
e
conforto”
é
estar
em
paz.
E
já
que
assistem o
idoso,
imaginam
que
ele
não
tem o
direito
de
reclamar,
pois
recebe
alimentação,
higiene,
medicação e
conforto
de uma acomodação.
Ter
uma
casa
é
muito
diferente
de
ter
um
lar,
cuja
compreensão,
carinho
e
respeito
são
constantes.
Assim,
podemos
citar
outro
fator
que
tem
como
consequência o
estresse
crônico:
a
dependência
na
qual
o
idoso
é submetido, a
falta
de
objetivos
de
vida
e de
atividade
que
o faça se
sentir
valorizado
como
ser
humano
e,
principalmente,
a
falta
de
atenção
e
afeto
por
parte
da
família
que
o
leva
a sentir-se
como
um
fardo.
O
idoso
é colocado de
forma
que
cause
menos
transtorno
ao
cotidiano
da
família.
Além
de
não
ser
permitido
participar
das
decisões
familiares,
não
raro,
é colocado
em
uma depêndencia isolada da
casa,
ou
em
uma
cadeira
no cantinho da
sala,
ou
mesmo
é
levado
para
uma
instituição,
longe
dos
olhos
de
todos.
Isso
nos
mostra
outra
forma
de
estresse
associado,
em
sua
maioria
das
vezes,
a
depressão.
Sabemos
que
estados
emocionais
levam a
respostas
fisiológicas, e
em
especial
no
idoso
a
resposta
fisiológica ao
estresse
acelera
ainda
mais
o
processo
de envelhecimento,
além
de
proporcionar
a
predisposição
a várias
doenças
debilitantes.
Isso
ocorre
devido
aos
efeitos
da
reação
de
estresse,
que
surge da
seguinte
maneira:
uma
situação
estressante estimula determinadas
áreas
cerebrais,
e
este
estímulo,
por
sua
vez,
desencadeia uma
reação
de
liberação
de
vários
hormônios.
Um
deles é o cortisol,
que
em
excesso
promove
diversos
efeitos
que
põem
em
risco
a
saúde
do
indivíduo.
Dentre
os
vários
efeitos
deletérios
do
excesso
de cortisol citamos a
contribuição
para
o envelhecimento
cerebral,
já
que
este
hormônio
diminui a
utilização
da
única
fonte
de
energia
para
o
cérebro
que
é a
glicose.
Muitas
vezes
o
idoso
não
possui nenhuma
doença
debilitante,
porém
quando
inserido
em
uma
situação
de
estresse
crônico,
devido
aos
fatores
mencionados
acima,
juntamente
com
a
imobilidade,
acaba se tornando
predisposto
ao
aparecimento
de várias
patologias,
como
a
hipertensão
arterial.
Portanto, se estamos preocupados
com
qualidade de
vida do
idoso, deveríamos
focalizar na
prevenção,
que
além de
ser
muito
mais
simples,
não
possui
custos
altos.
Não
é
necessário
recorrer
às
tecnologias
avançadas,
medicamentos
modernos
e de
alto
custo,
ou
a
instituições
caras
e luxuosas.
A
prevenção
do
estresse
na velhice
não
está do
lado
de
fora
da
casa,
está
em
uma
simples
atitude:
carinho,
atenção
e
respeito
da
família.
Com
isso,
o
idoso
torna-se
mais
autoconfiante
para
buscar
novas
atividades
que
preencham
seu
tempo,
e
que,
além
disso, proporcionam
novos
objetivos
na
vida.
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