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Osteoporose:
O
que
se sabe a
respeito
da
epidemia
silenciosa?
Por Equipe Portal
Osteoporose:
O
que
se sabe a
respeito
da
epidemia
silenciosa?
Análise
do
nível
de
percepção
a
respeito
da
osteoporose
em
mulheres
idosas na
Santa
Casa
de
Misericórdia
de
São
Paulo.
Este
foi o
tema
da
dissertação
da fisioterapeuta Nilza
Aparecida de Almeida
Carvalho,
defendida no
último
dia
17 de
maio,
na PUC-SP,
sob
a
orientação
da Profa. Dra. Beltrina Côrte.
Ao
procurar
responder
a
pergunta:
qual
o
nível
de
informação
sobre
a
osteoporose,
Carvalho
quis
saber
em
primeiro
lugar
o
que
a
grande
imprensa
vem divulgando
em
relação
à
osteoporose,
uma
vez
que
ela
tem
um
grande
impacto
na
formação
da
opinião
pública
dos
brasileiros.
No
jornal
diário
Folha
de S.Paulo,
um
dos
veículos
de
comunicação
de
maior
circulação
no
país,
ela
encontrou 73 reportagens publicadas
entre
2000 a
junho
de 2004.
A
seguir,
Carvalho
aplicou
um
questionário
contendo
nove
perguntas,
entre
abertas
e fechadas, divididas
em
dois
domínios:
dados
sócio-econômicos e
nível
de
informação
sobre
a
doença,
a 150
mulheres
acima
de 60
anos,
usuárias do
serviço
de
reabilitação
da
Santa
Casa
de
Misericórdia
de
São
Paulo,
pelo
Sistema
Único
de
Saúde,
durante
o
mês
de
dezembro
de 2003. As
respostas
obtidas foram analisadas e comparadas
entre
si,
através
do Statistic Program for
Social
Science (SPSS)
que
classificou
em
seis
subgrupos,
dos
quais
ela selecionou os
dois
mais
numerosos.
Destes, ela ainda selecionou três idosas de
cada
um
deles, totalizando seis sujeitos, escolhidos aleatoriamente,
para
oferecer
seus
depoimentos
quanto
a
como
obtinham as
informações
sobre
osteoporose
e
suas
impressões
sobre
o
processo.
Segundo
a pesquisadora, os
resultados
obtidos especificam a
população
que
freqüenta o
serviço
de
reabilitação
da
Santa
Casa
de
Misericórdia
de
São
Paulo e, ao
mesmo
tempo,
representam uma
fotografia
do atendimento
que
lá
recebem e de
como
percebem a
informação
recebida dos
profissionais
da
saúde.
Ela
observou
que
das 150
mulheres,
mais
de 50% estão
entre
60 e 70
anos,
sendo 116 brancas, 13 negras e 21 pardas. Do
total,
22%
são
solteiras, 40% casadas e 31% viúvas. A
grande
maioria
(82,70%) tem
um
rendimento
entre
1 e 3
salários
mínimos.
Entre
as
mulheres
que
se classificaram
como
negras, 15% consideram-se analfabetas e 85% dizem
ter estudado
somente
até a 4a.
série.
O
mais
alto
nível
de
escolaridade
foi atingido pelas entrevistadas brancas.
A pesquisadora assinala
que,
apesar
de 68% do
total
das idosas saberem o
que
é
osteoporose,
somente
34% recebeu esta
informação
através
do
seu
médico
e 50%
não
recebeu nenhuma
orientação
dos
profissionais
de
saúde.
Nesse
ponto,
ela
percebeu uma
ambigüidade
na
interpretação
das idosas
em
relação
ao
desempenho
da
função
médica:
estão
aqueles
que
acreditam na
importância
de
informar
o
paciente
sobre
o acontecido e
aqueles
que
se limitam a
prescrever
determinado
tratamento.
A
maior
orientação
dada
pelos
médicos
foi
fazer
fisioterapia.
Com isso ela conclui que o
profissional
fisioterapeuta pode, dependendo do
grau
da
doença,
dar
orientações
quanto
a
exercícios
de
baixo
impacto,
prevenção
de
quedas
e, na
falta
do
terapeuta
ocupacional,
até
sugerir
adequações
no
espaço
de
moradia.
Carvalho
observou
que
os
cuidados
com
a
alimentação,
apesar
de
essencialmente
importantes,
não
são
citados nas
orientações
dadas
pelos
profissionais
de
saúde.
Constatou
ainda
que
a
comunidade
à
qual
a
pessoa
pertence
desempenha
um
papel
fundamental
no
modo
como
o
indivíduo
obtém
suas
informações:
a
comunidade
é
ocasião
e
espaço
onde
as
informações
são
trocadas e, na
maioria
das
vezes,
esses
saberes
ajudam inúmeros
idosos
a viverem melhor, comenta Carvalho.
A pesquisadora constatou
também
que
o
médico,
ainda
que
pouco
fale
sobre
a
doença,
é a
principal
fonte
de
informação
para
as
mulheres
idosas,
pois
é neles
que
elas
depositam
total
confiança.
A pesquisadora aponta
que
embora
a
informação
nem
sempre
seja convertida
em
efetivos
hábitos
de
prevenção,
o
nível
de
escolaridade
é
fundamental
para
uma
melhor
compreensão
da
osteoporose.
Ela
conclui
sua
pesquisa
afirmando
que
a
prevenção,
que
supõe
informação,
é a
melhor
estratégia
de
enfrentamento
da
situação
osteoporose.
CARVALHO,
N. A. de A.
Osteoporose:
o
que
se sabe a
respeito
da
epidemia
silenciosa?
Análise
do
nível
de
percepção
a
respeito
da
osteoporose
em
mulheres
idosas na
Santa
Casa
de
Misericórdia
de
São
Paulo.
2005. 80f.
Dissertação
(mestrado).
Programa
de
Estudos
Pós-Graduados
em
Gerontologia,
Pontifícia
Universidade
Católica
de
São
Paulo,
São
Paulo, 2005.
E-mail:
carvalhopc@uol.com.br
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