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Terceira idade: a idade da cultura Por Giliane Greff - gilianegreff@359online.com Fotos: Reprodução
Foi-se o tempo em que, ao chegar aos 60 anos pensava-se em somente na aposentadoria que trazia de brinde um par de chinelos e pijamas e uma cadeira de balanço. Com o aumento da qualidade de vida a sociedade passou a valorizar mais aquelas pessoas que chegam à terceira idade. Hoje, quem está nesta etapa da vida percebe que há tempo de sobra e muita coisa interessante para fazer e parte em busca de diversão, entretenimento e novas amizades.
Aqui no Rio Grande do Sul há vários programas especiais para a
terceira idade, especialmente em universidades. A Pontifícia Universidade Católica do RS, a partir de um projeto de estudos em cima do processo de envelhecimento criou o Programa Geron em 1998. O objetivo é organizar informações e conteúdos teórico-práticos para um envelhecimento saudável, produtivo e bem-sucedido.
Através das faculdades de Serviço Social, Psicologia e do Núcleo de pesquisa, esse programa tem inúmeras atividades, entre elas o Coral da Totalidade que trabalha a voz e reeducação da postura. Também há o projeto Matiné das Duas. Após assistir um filme sobre determinado assunto o grupo discute e faz comentários. Trocando Idéias é o projeto que leva o grupo a reunir-se em algum lugar especial, pode ser uma exposição de arte ou um parque para falar sobre um tema pré-definido. O programa Geron também possibilitou para seus integrantes a oportunidade de escrever um livro sobre a qualidade de vida na terceira idade. O livro Envelhecendo com Qualidade de Vida foi lançado na feira do livro de Porto Alegre em 2001 e não parou por aí, em 2002 foi lançado outro livro intitulado: Envelhecimento Bem Sucedido. Gisele Varani, coordenadora do Programa Geron, considera muito importante a universidade dedicar este espaço para ajudar estas pessoas. "Qualquer pessoa com mais de 50 anos tem entrada livre nos nossos programas", afirma ela. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vinculada ao Instituto de Psicologia, criou a Uniti (universidade na terceira idade) que aceita pessoas idosas acima de 50 anos e procura resgatar a atuação do cidadão consigo mesmo e com a sociedade. Seu foco está voltado para ações que priorizam o trabalho voluntário e comunitário como forma de contribuição e produção social.
Durante a semana funcionam diversas oficinas em diferentes
dias e horários e são escolhidas conforme o interesse de cada um. As oficinas
promovem a produção de livros, projetos culturais, eventos, cinema, oficina do
corpo, artesanato e música e são coordenadas pelos próprios alunos. Mas não são apenas as universidades que desenvolvem projetos para a terceira idade. Há vários grupos e casa lar dedicados a ser mais uma opção de lazer e cultura para este público. Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Cultura tem desenvolvido um projeto que busca despertar a capacidade de cada indivíduo para ser criador e protagonista de sua própria história. Por meio da oficina de música e Literatura realizada no bairro Cristal, foi criado o grupo de teatro para a terceira idade Cheiro de Hortelã. O grupo apresentou em maio a peça Tenda da Lua cheia, trata-se de uma reflexão de nove mulheres da terceira idade que fazem uma viagem ao seu mundo interior. A partir de um diálogo entre a realidade e o imaginário, visitam seus ciclos de vida e provocam uma verdadeira reflexão de ganhos e perdas ao longo de suas vidas. __________________________________________
Fonte: Texto publicado em |
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