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Obesidade e fumo envelhecem o DNA 

A pesquisa avaliou mulheres fumantes e obesas 

Mulheres acima do peso e que fumam são biologicamente mais velhas do que mulheres magras e que não-fumantes da mesma idade, afirma uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet.

Se cigarro e gordura já eram associados a uma série de doenças e a problemas como envelhecimento precoce da pele, agora são dois fatores de risco importantes no aparecimento de doenças decorrentes do envelhecimento, segundo cientistas do St Thomas Hospital, em Londres. Foram avaliadas 1.122 gêmeas. "O cigarro acelera o envelhecimento de peças-chave do DNA em cerca de 4,6 anos e a obesidade em nove anos", escreveu Tim Spector, um dos autores da pesquisa, realizada em conjunto com o Centro de Pesquisas para a Hipertensão, nos Estados Unidos. Os pesquisadores avaliaram os chamados telômeros – pedaços do DNA que estão localizados no final de cada cromossomo, aparentemente protegendo-os e estabilizando-os.

Célula

Os telômeros encurtam cada vez que uma célula se divide, até que não haja mais nada no local, tornando portanto a divisão da célula menos confiável, aumentando assim o risco do aparecimento de uma doença. Esse processo ocorre naturalmente com a idade.

Apesar de serem reconhecidamente associadas a uma série de doenças, o fumo e a obesidade nunca haviam sido alvo de pesquisas relacionadas ao encurtamento dos telômeros. As mulheres avaliadas tinham entre 18 e 76 anos – 119 eram clinicamente obesas, 203 fumantes e 369 eram ex-fumantes.

Analisando amostras de sangue e o DNA, os pesquisadores encontraram o que esperavam: um encurtamento significativo dos telômeros com a idade. Mas os telômeros das obesas e das fumantes eram muito mais curtos do que os das esbeltas e das que nunca fumaram.

Cada "ano-maço" (o número de maços de cigarro fumados por dia, multiplicado pelo número de anos do hábito) foi equivalente a uma perda de adicionais 18% do número anual mais alto registrado de encurtamento dos telômeros entre não-fumantes. Uma mulher que fumou um maço por dia durante 40 anos acelerou o seu processo de envelhecimento em 7,4 anos, de acordo com o tamanho dos telômeros.

"O que a gente reparou é que o corpo inteiro envelhece com o cigarro, não somente o pulmão e o coração. O relógio cromossômico é adiantado com o hábito, uma importante mensagem para os jovens antes de pensarem em fumar", afirma o cientista. Segundo a pesquisa, o excesso de gordura no corpo teria um efeito semelhante de "envenenamento químico" registrado no processo do tabagismo.
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Fonte: BBCBrasil.com.
http://www.bbc.co.uk/