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Qualidade de Vida de Idosos com Câncer de
Próstata em Radioterapia[1]

Por Patrícia Peres de Oliveira*
e Beltrina Côrte - pesquisadora mentora

Esta pesquisa teve como finalidade analisar as interferências da
radioterapia na qualidade de vida de idosos com câncer de próstata,
verificar
as propriedades psicométricas do Índice de Qualidade de Vida (IQV) de Ferrans & Powers, descrever as características sócio-demográficas, identificar as características que geram detrimento da qualidade de vida, verificar a opinião sobre o que é qualidade de vida e descrever a percepção sobre a interferência da radioterapia na qualidade de vida. Foram feitas entrevistas para um grupo de sete pacientes idosos, portadores de câncer de próstata em radioterapia. Utilizou-se duas abordagens: a estatística descritiva e qualitativa. Os resultados são indicativos de que o IQV pode ter aplicação útil em nosso meio e,
identificar
os aspectos de qualidade de vida afetados pelo câncer 

Introdução

O processo de envelhecimento da população leva a uma mudança nos padrões de morbidade, visto que um número maior de episódios de doenças crônicas ocorre mais freqüentemente na população idosa. Desta forma, as principais causas de mortalidade no Brasil passam de doenças infecto-parasitárias para doenças crônico-degenerativas, ocasionando maiores gastos com a saúde 2, 24. 

É importante refletir sobre os impactos sociais ocasionados pala atual mudança no quadro demográfico da população brasileira, a fim de se alertar as autoridades e a sociedade como um todo para as necessidades de preparar o país para o cuidado mais humanizado dos idosos, proporcionando-lhes um bom nível de qualidade de vida, sem imputar-lhes a expectativa da produtividade. 

Assim, torna-se imprescindível a realização de estudos que focalizem a qualidade de vida do idoso, avaliando o impacto do tratamento médico e do uso de tecnologias no nível de qualidade de

vida. É o caso do câncer de próstata, um dos tipos de tumores mais freqüentes no homem, especialmente acima dos 65 anos de idade. Entre os tipos de câncer, este ainda é um dos que mais causa morte nos indivíduos do sexo masculino.  

Porém, com o avanço da medicina e os exames de detecção precoce, essa incidência pode ser reduzida drasticamente 18,26. O American Urological Association Prostate Cancer Clinical Guidelines Panel considera essas intervenções como opções porque nenhum dado de literatura (12.501 artigos com informações aceitáveis em 1,3% deles) forneceu evidências claras e decisivas em relação à superioridade de qualquer um desses métodos, Baltimore 1995. Orienta, portanto, para uma discussão com o paciente e familiares acerca dos benefícios e danos estimados de cada intervenção, e o paciente deverá participar da decisão terapêutica, não havendo terapia considerada standard 21. 

A radioterapia com feixes externos é amplamente utilizada como curativa ou também como paliativa e associada a outros tratamentos. Estudos do M.D. Anderson Câncer Center, cerca de 19% dos pacientes tratados com radioterapia queixam-se de complicações transitórias leves, incluindo sintomas gastrintestinais (diarréia, urgência retal, hematoquesia) e genitourinários (polaciúria, impotência, urgência, hematúria, e incontinência urinária). As taxas de sobrevida de cinco anos são comparáveis àquelas obtidas à cirurgia radical 13. 

Na radioterapia externa para tratamento primário geralmente são administrados cerca de 7.000 cGY, num esquema de cinco dias por semana, com duração de sete semanas. Está associada a baixa incidência de complicações graves, que atingiu cerca de 1,8% numa série do M.D. Anderson

Câncer Center 30

Na atualidade, houve um aumento da expectativa de vida das pessoas que não foi acompanhado pela melhoria dos cuidados com a saúde. A velhice e a infância sofrem as conseqüências deste descompasso. Esta pesquisa teve como finalidade principal analisar as interferências da radioterapia na qualidade de vida de idosos com câncer de próstata; verificar as propriedades psicométricas do Índice de Qualidade de Vida (IQV) de Ferrans & Powers para este estudo, descrever as características demográficas da amostra estudada, identificar os fatores que geram detrimento à qualidade de vida dos pesquisados, verificar a opinião desta população sobre o que é

qualidade de vida e descrever a percepção sobre a interferência da radioterapia na sua vida. 

Revisão de Literatura 

A qualidade de vida é, atualmente, um tema popular e abrangente que tem despertado o interesse de profissionais de diversas áreas do conhecimento humano, em especial da saúde, não apenas aqueles envolvidos em pesquisas científicas, mas também os que estão voltados para a prática clínica. 

Instrumentos que avaliam qualidade de vida têm sido desenvolvidos e avaliados, uma vez que permitem a identificação dos problemas e áreas debilitadas e o delineamento de programas adequados de intervenção, possibilitando modificar variáveis que podem interferir de forma negativa com o tratamento do câncer 10, 13. Existe um consenso crescente de que qualidade de vida deve ser classificada pelo paciente, não pelo médico. 

Assim muitos instrumentos têm sido desenvolvidos para avaliar qualidade de vida em pacientes oncológicos, considerando a percepção do paciente e não somente dados clínicos 1, 17, 19. Em revisão da literatura acerca do tema, no entanto, verifica-se que não existe um conceito único e abrangente. Desde que o termo qualidade de vida foi introduzido na área da saúde, o número de pesquisas cresceu de forma exponencial nas mais diversas disciplinas, e inúmeros instrumentos têm sido desenvolvidos, principalmente a partir da década de 80, a maioria oriunda dos Estados Unidos e Inglaterra. A criação desses instrumentos tem como objetivos não fornecer dados quantitativos sobre a qualidade de vida, mas, principalmente, avaliar o resultado das intervenções realizadas especialmente em doenças crônicas 14, 16, 27, 28. 

Metodologia 

Este estudo, com uma abordagem quantitativa e qualitativa, foi realizado no serviço de radioterapia de um hospital privado de grande porte da cidade de São Paulo. A população desta pesquisa constituiu-se de sete pacientes com uma faixa etária de 60 a 75 anos, submetidos a radioterapia de próstata com início do tratamento de julho a agosto de 2002, e que preencheram os critérios 46 de inclusão: pacientes no início da radioterapia, com câncer primário de próstata sem metástase à distância, que concordaram em participar da pesquisa mediante termo de consentimento informado. 

A coleta de dados se deu em 3 etapas: a primeira etapa no início do tratamento; a segunda etapa ao término da radioterapia; e a terceira etapa dois meses depois da terapia, após a obtenção de autorização da Comissão de Ética da PUC/SP e Comissão de Ética em Pesquisa da instituição pesquisada. Para a coleta de dados foi empregado um instrumento que constou na primeira etapa, de três partes. A primeira parte referente aos dados sócio-demográficos e clínicos foi desenvolvida pela própria autora assim como a segunda parte, as duas perguntas abertas, enquanto a terceira parte foi constituída pelo IQV.  

A segunda parte do instrumento constou de duas perguntas abertas com espaço para o entrevistado escrever: a) Você acha que a radioterapia vai interferir na sua vida? Em que sentido? Por quê? b) O que é qualidade de vida para o senhor? A terceira parte do instrumento, foi composta pelo IQV, em sua versão genérica, proposta por Ferrans e Powers 7 e adaptado para a língua portuguesa por Kimura, em 1999, descrito a seguir.  

Na segunda etapa da pesquisa aplicou-se novamente o instrumento IQV, com o mesmo número da ficha da primeira etapa para cada entrevistado. Na terceira etapa o instrumento contou de duas partes. A primeira com duas perguntas abertas com espaço para o entrevistado escrever: a) A radioterapia interferiu na sua vida? Em que aspectos? b) Você acha que você mudou após a radioterapia? A segunda parte do instrumento foi composta pela aplicação do IQV. 

O IQV foi desenvolvido pelas enfermeiras Carol Estwing Ferrans e Marjorie J. Powers, ambas pesquisadoras e docentes do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de Illinois, Chicago. Sua versão genérica destina-se a medir a qualidade de vida tanto de pessoas sadias quanto daquelas com algum tipo de doença 6, 7, 8, 9, realizada com pacientes de hemodiálise. A pesquisa, resultou em 68 itens (34 para cada uma das partes) e a identificação de quatro domínios inter-relacionados: Saúde e Funcionamento (SF); Psicológico/Espiritual (PE); Socioeconômico (SE) e Família (FA). A confiabilidade do IQV foi analisada pela sua consistência interna através do coeficiente alfa de Cronbach, com resultados adequados 7. Apesar de contarem 34 itens de avaliação, há dois deles, referentes ao trabalho (21 e 22), que são excludentes 29. Estão apresentados a seguir, os aspectos avaliados em cada item agrupados no domínio a que pertencem. 

Domínios 

Saúde/Funcionamento Saúde, Assistência à saúde, Dor, Energia, Independência física, Controle sobre a própria vida, Vida longa, Vida sexual, Responsabilidades familiares, Ser útil às outras pessoas, Estresse e preocupações, Atividades de lazer, Disposição para passear, Possibilidade de velhice feliz.

Sócio-econômico: Amigos, Apoio das pessoas, Lar, Vizinhança, Nível sócio-econômico, Trabalho, Não ter trabalho, Escolaridade, Independência financeira.

Psicológico/Espiritual: Paz de espírito, Fé em Deus, Objetivos pessoais, Felicidade, Satisfação com a vida. 

No momento do preenchimento do IQV, os sujeitos desta pesquisa respondem os itens de cada uma das partes, atribuindo valores em uma escala de seis pontos, que varia de “muito insatisfeito”

a “muito satisfeito” para os itens de satisfação com a vida e de “sem nenhuma importância” a muito importante”. 

Análise 

Análise do domínio Saúde/Funcionamento

Verifica-se que a saúde é muito importante nas fases 2 e 3 para quatro dos entrevistados e para cinco pesquisados na 1ª fase; um pouco sem importância para um deles na segunda e na terceira fase e moderadamente importante para dois deles em todas as fases. Em relação à satisfação a respeito de sua saúde observa-se que teve um declínio significativo após o término da radioterapia, acentuando ainda mais após dois meses do tratamento. Nas entrevistas, os pacientes citaram como efeitos colaterais: disúria, dificuldade miccional e dificuldade de ereção. Apenas um assinalou ter melhoria da disfunção urinária. A intensidade da dor tem seu pico de insatisfação ao término do tratamento, ocorrendo ligeira melhora após dois meses, sendo que, para seis pacientes, em todas as fases, é muito importante estar completamente livre da dor. A energia para suas atividades diárias, sua independência física e capacidade para controlar a vida, apresentaram um declínio da satisfação no término da radioterapia e melhora após dois meses do término. Apresentando um grau de muita importância em todas as fases. A vida sexual é o item de maior insatisfação dos entrevistados e foi confirmado em algumas respostas. Quanto ao nível de importância, observa-se que é importante para seis entrevistados, sem nenhuma importância para um deles. A capacidade física para cumprir com responsabilidades familiares teve um declínio na satisfação na terceira fase, sendo muito importante para seis observados em todas as fases. Ser útil às outras pessoas, suas atividades de lazer, disposição para passear e ter uma velhice feliz, apresentaram um pequeno declínio na satisfação no final do tratamento e melhoria após dois meses do tratamento. Quanto ao nível de estresse ou preocupação em sua vida, três dos entrevistados demonstraram insatisfação, o que é esperado pelo enfrentamento da doença e tratamento; sendo muito importante para seis dos pesquisados ter um nível aceitável de estresse e preocupação em sua vida.  

Análise do domínio Sócio-econômico

Quanto aos seus amigos, apoio que recebe das pessoas, seu lar, sua vizinhança, sua escolaridade, em todas as fases observa-se que os entrevistados encontravam-se satisfeitos em menor ou maior grau, sendo importante para todos eles em todas as fases. Quanto as suas condições financeiras e independência financeira, dois indivíduos demonstraram insatisfação, mas ter boas condições financeiras foi importante para todos. Quanto a independência financeira, um pesquisado demonstrou ser moderadamente sem importância e para seis observados a independência financeira é importante. 

Análise do domínio Psicológico/Espiritual

Nas entrevistas, a fé em Deus foi realmente destacada. Quanto à paz de espírito, a felicidade e sua vida de modo geral e aparência pessoal foi observado que um sujeito na fase 2 se mostrou pouco insatisfeito, como também, se mostrou pouco satisfeito para a realização de seus objetivos pessoais em todas as fases um dos entrevistados. Mas todos estes itens foram importantes para todos os pacientes e em todas as fases. 

Análise do domínio Família

Todos consideram importante a saúde de sua família, seus filhos, a felicidade de sua família e seu relacionamento com a companheira. Todos, em todas as fases, demonstraram pouco satisfeitos a muito satisfeitos quanto à saúde de sua família, a felicidade da mesma e o relacionamento com a companheira. 

Análise das respostas dadas às questões formuladas

Embora todos passem por dificuldades sexuais, apenas dois pacientes demonstraram esse fato, falando com bastante seriedade sobre seu medo de não mais viver uma sexualidade plena. Tal fato corrobora a crença e os temores decorrentes da associação da próstata ao pênis, o que, segundo Capodecci 4 é “devido ao conhecimento do fato de se situarem numa proximidade anatômica imediata”. Estudos da Universidade de Duke confirmam que muitos homens e mulheres mantém interesse e atividades sexuais ao envelhecerem, mesmo na Qualidade de Vida de Idosos com Câncer de Próstata em Radioterapia faixa dos 70 anos. Uma pesquisa de Masters & Johnson revelou que homens de 80 anos são perfeitamente capazes de ter orgasmo, além de freqüentes e saudáveis ereções. Na verdade, um homem saudável e autoconfiante com a parceira pode praticar jogos amorosos satisfatórios e imaginativos por toda sua vida 5. Segundo Sontag 22, hoje, na imaginação popular, o câncer equivale a morte. Acredita-se que o câncer destrói a vitalidade, transforma o ato de comer num suplício e embota o desejo; dessexualizando-o. Os sujeitos desta pesquisa, no total de quatro deles, consideram que a radioterapia trará reflexos em sua vida na parte psicológica, demonstrando alguma preocupação com o futuro. A incerteza quanto ao impacto físico foi relatado em uma das entrevistas.  

Houve um consenso que a qualidade de vida é algo subjetivo, cujos valores mudam de pessoa para pessoa. Da mesma forma, foi colocado que ela consiste em um bem-estar físico, mental e financeiro. Consideram eles que estes três fatores precisam estar em perfeita harmonia, para que a mente e o cérebro possam trabalhar despreocupadamente, vindo daí a felicidade. Todos os envolvidos consideraram importante ter tranqüilidade de vida que englobe a saúde física e financeira. Consideram que a qualidade de vida deve oferecer conforto espiritual e afetivo em bom nível, possibilitando vencer o stress, levando as pessoas envolvidas a se sentirem bem. Um dos fatores considerados importantes é ter trabalho, buscar o conforto espiritual, afetivo e de saúde, tanto individual quanto familiar sem comprometimento do sucesso e da qualidade sócio-econômica. Após dois meses do término da radioterapia, foram feitas novamente as questões semi-abertas, no total de duas, e as questões fechadas, no total de 34. A interferência da radioterapia na vida dos entrevistados teve destaque a parte funcional, dois dos observados referem melhoria na disfunção urinária, um sujeito refere dificuldade de manter a ereção e um observado refere ter dificuldade miccional. 

Considerações Finais 

Houve um predomínio de entrevistados casados (seis) e aposentados (seis). Todos de classe média alta e com terceiro grau completo. A aplicação do questionário em três momentos da terapêutica permitiu comparar possíveis mudanças ocorridas com estes indivíduos ao longo do tempo. Não foram realizadas análises comparativas entre os resultados obtidos e outros grupos, devido a ausência de trabalhos sobre qualidade de vida e radioterapia em nosso meio. 

A abordagem qualitativa permitiu ressaltar aspectos da pesquisa, possibilitando comparar com o instrumento aplicado, identificando fatores que geraram detrimento à qualidade de vida dos idosos entrevistados. A fé foi um quesito que sofreu uma grande mudança. Na última fase todos professam a sua fé em Deus e ela se faz um alicerce firme, confirmando o que Izquierdo 15 vem apontando: “aqueles que têm uma vida espiritual costumam ter mais qualidade de vida do que aqueles que não a têm”. O mesmo autor constata “o efeito objetivo da vida espiritual sobre o sofrimento e a sobrevida e o efeito da ciência praticada com paixão e profundeza sobre a espiritualidade”. 

A certeza de um futuro e uma velhice feliz divide os participantes. Embora a vida sexual ainda não tenha se normalizado, há a esperança e a promessa médica de que ela tende a caminhar para um maior equilíbrio. No entanto, percebe-se que a auto-estima agora é determinada por valores mais amplos. E, apesar de ter sua capacidade biológica reduzida por um determinado momento, não significa que não possa buscar sua melhor qualidade de vida. As intervenções multidisciplinares podem auxiliar estes pacientes a aumentar seus recursos para ajustar-se à nova realidade decorrente da terapêutica. 

Estas intervenções podem ser feitas por meio da formação de grupos de suporte, educação do paciente sobre a doença, tratamento e desenvolvimento de novas habilidades que sejam necessárias, entre outras, levando em conta, sempre, a singularidade de cada um. A pesquisa verificou que o IQV para este estudo teve aprovado suas propriedades psicométricas. 

Sem dúvida, identificar os aspectos de qualidade de vida afetados pelo câncer e seu tratamento, têm implicações importantes para os profissionais que trabalham com oncologia e vêm sendo cada vez mais estudados na avaliação da assistência prestada e quanto ao equipamento utilizado. Várias são as áreas em que o profissional pode atuar para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos que estão em tratamento e futuras pesquisas serão necessárias para aprofundar o conhecimento sobre o tema. 

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[1] Parte de texto publicado na Revista Sociedades Brasileiras de Câncer (RSBC), Ano1 • Nº 1 1.º Trimestre de 2004. ISSN 1679-9801. Manuscrito baseado na Dissertação de Mestrado “Qualidade de vida de idosos com câncer de próstata em radioterapia” apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. . - e-mail: patiperes@uol.com.br.

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* Patrícia Peres de Oliveira - Enfermeira. Mestre em Gerontologia, PUC/SP. Professora do Centro Universitário São Camilo.Enfermeira do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Na época da pesquisa bolsista da CAPES. E-mail: patiperes@uol.com.br

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Fonte: Revista Sociedades Brasileiras de Câncer (RSBC), Ano1 • Nº 1 1.º Trimestre de 2004. ISSN 1679-9801
http://www.rsbcancer.com.br/rsbc_v_02/edicoes/01.pdf