Identidades da velhice nas interfaces
comunicativas.
Por Elisabeth F.
Mercadante
A longevidade e o envelhecimento populacional no Brasil
traçam uma realidade complexa que precisa ser pesquisada, estudada e divulgada.
Como
O objetivo do simpósio foi analisar a identidade de velho, estigmatizada e profundamente pejorativa nos espaços comunicativos e levantar a percepção dos mesmos sobre a discriminação através de narrativas jornalísticas autobiográficas e exercício da cidadania, pois o termo estigma não esgota o seu significado nos atributos depreciativos, mas se explica também por envolver relações sociais entre os assim denominados “normais” e aqueles estigmatizados denominados “anormais”. Para tal utilizamos a leitura de obras reconhecidas internacionalmente, investigações jornalísticas, artigos científicos, pesquisas e intervenção em bairros de São Paulo.
Observamos que o estigma aparece na linguagem das relações e
é o outro quem assim o denomina, seja em um grupo social a qual o velho pertence
seja na grande mídia em que o tema aparece de forma negativa. Embora a noção de
identidade, por um lado, é útil para classificar um grupo de pessoas
cronologicamente reconhecidas como idosas, por outro lado, essa mesma noção não
explica o ser velho como sujeito pleno de desejos e, dessa forma, não somente
portador de uma identidade, mas também, e, principalmente, de subjetividade. Daí
a importância para pesquisas que mostrem o ponto de vista das pessoas idosas
sobre ocorrências de episódios de discriminação realizadas em Portugal, Brasil e
Espanha, bem como de estudos e intervenções que apontem, na prática, saberes
Tais investigações vêm sendo divulgadas na revista Kairós (PUC-SP) bem como no Portal do Envelhecimento, também espaço para a palavra dos velhos, publicação virtual mantida por pesquisadores mentores. A memória autobiográfica que trabalha com conceitos intimamente ligados entre si como História, Memória e Identidade é apresentada como um modelo inovador de intervenção social e de trajetórias profissionais ao viabilizar a estes a articulação entre estudos e discussões teóricas, tornando-os aptos a renovarem e reelaborarem seus projetos de vida e trabalho. As Oficinas de Memória autobiográfica, realizadas em diversas regiões da capital de São Paulo, além de resgatar e ressignificar a memória da comunidade paulistana, por meio das suas narrativas, revitalizam o espaço histórico e público promovendo a cidadania ativa, a partir do re-encontro entre os moradores e sua cidade. É nesse contexto que este simpósio, proposto por profissionais de diferentes formações, instâncias acadêmicas (Portugal e Brasil) e governamentais, intitulado Identidades da velhice nas interfaces comunicativas. Do oral ao virtual: a palavra dos velhos, aborda os temas: “Corpo e identidade”, “Discriminação: o olhar do idoso”, “Envelhecimento, comunicação e participação”, Memória autobiográfica: a palavra do velho”, e “Memória viva – cidadania ativa – São Paulo 450 anos”; contribui para a reflexão sobre o Envelhecimento Ativo no século XXI: Participação, saúde e segurança. Construindo pontes entre a pesquisa e a prática. |