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Uma universidade só para maiores de 50


A Unai-Brasil (Universidade Nacional dos Aposentados e Idosos) será implantada na Capital, em Bauru e em Santos e vai oferecer cerca de mil vagas nos três campus. Cada um deles vai oferecer 20 cursos. O preço será simbólico: em torno de R$ 20. As unidades terão carteiras, aulas e material didático especial

Marici Capitelli

Idosos, aposentados e pensionistas vão ter uma universidade especialmente destinada a eles. Chamada de Unai-Brasil (Universidade Nacional dos Aposentados e Idosos), é a primeira do gênero no País. A instituição deverá ser inaugurada em 24 de janeiro, quando se comemora o Dia dos Aposentados.

Além da Capital, a universidade também será implantada em Santos e Bauru, cujas unidades deverão estar em funcionamento até julho. As três unidades terão cerca de mil alunos. A Unai-Brasil vai oferecer 20 cursos divididos em quatro áreas: gestão social, educação profissional, cultura e qualidade de vida (veja quadro).

A universidade é uma parceria entre o Sindicato Nacional dos Aposentados e a Fundação Fundetec (Fundação para o Desenvolvimento da Tecnologia, Educação e Comunicação), com sede em Bauru. "Existem no País universidades abertas para a terceira idade, mas a Unai-Brasil é especialmente destinada a esse público", explicou Juliana Pereira Grasso, diretora executiva da Fundetec.

Tanto é que as três unidades terão carteiras, aulas e material didático desenvolvidos para os idosos. "Pelo menos 50% dos professores também serão da terceira idade ou aposentados", explicou Juliana. Para a unidade de São Paulo, estão sendo estimados de 400 a 500 alunos com aproximadamente 30 professores. A universidade funcionará no 5º andar da sede do Sindicato Nacional dos Aposentados, na Rua do Carmo, no Centro da Cidade.

"Com a formação que pretendemos dar aos alunos, nós poderemos começar a mudar o Brasil", afirmou João Batista Inocentini, presidente do sindicato. Ele aposta todas as fichas principalmente no curso de gestão social, que terá duração de um ano, e os alunos poderão escolher entre saúde, educação, finanças, comunicação e transporte.

Depois do curso, os estudantes receberão um treinamento de seis meses e saberão como funciona a administração pública na área que escolheram. "Se optar por saúde, ele vai saber qual a verba destinada à área, qual o tempo para se marcar a consulta, o funcionamento das unidades e outras informações", disse Juliana.

É justamente com base nesse conhecimento que Inocentini espera as mudanças. "Os aposentados, pensionistas e idosos vão saber onde e com quem reclamar. Hoje, o aposentado tem muita dificuldade. Um exemplo são as filas do INSS. Essas pessoas saberiam o caminho para reivindicar seus direitos."

Além da formação, Inocentini garantiu que o Governo Federal já acenou com a possibilidade de contratar os alunos como agentes que acompanhariam os órgãos públicos. O foco da universidade são as pessoas acima de 50 anos. Entretanto, aposentados e pensionistas abaixo dessa idade também poderão fazer o curso, além dos seus cônjuges. Os cursos terão preços simbólicos em torno de R$ 20.

Cada aluno terá um custo estimado em R$ 220 ao mês. De acordo com Inocentini, o Governo Federal e a iniciativa privada já demonstraram interesse em arcar com os custos. As inscrições deverão ter início em dezembro. Caso a demanda supere o número de vagas, alguns critérios de escolha serão utilizados, entre eles, a prioridade para os filiados ao sindicato. 

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Fonte: Jornal da Tarde, 27/10/2004

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