Células-tronco: rede de pesquisa européia

Um grupo de aproximadamente cem cientistas criou ontem na Espanha a Rede Européia de Pesquisadores de Células-Tronco, que pretende assumir a vanguarda dos estudos na área e superar os EUA, bem como influir nas decisões da União Européia (UE) sobre o assunto.

O pesquisador espanhol Bernat Soria foi escolhido presidente e a sueca Outi Hovatta e o israelense Benjamin Reubinoff serão os vice-presidentes da rede. Foi formado também um Comitê Executivo com oito cientistas da Espanha, do Reino Unido, de Israel, da França e da Suécia.

Em entrevista, Soria disse que a rede será aberta a todos os países europeus e que um de seus objetivos é influir nas decisões do Parlamento para que ‘a medicina regenerativa se torne uma das metas de sua política’.

E completou: ‘Precisamos participar das iniciativas que existem no mundo, estabelecer critérios éticos e regular a colaboração técnica.’

As células-tronco são consideradas grande promessa para a regeneração de tecidos e tratamento de doenças degenerativas, como diabetes e Alzheimer, porque podem dar origem a qualquer célula do organismo.

A pesquisa é polêmica, entretanto, porque envolve a destruição de embriões humanos. A extração é feita no estágio de cem células, durante o estágio chamado blastocisto.

Segundo Soria, a indefinição dos EUA diante desta linha de pesquisa pode ser uma oportunidade para que a ciência européia tome a frente nas pesquisas. O governo americano proíbe o financiamento federal desse tipo de pesquisa.
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Fonte: Agência Efe (Sevilha). O Estado de S. Paulo, 13/11/2004. Reproduzido pelo JC e-mail 2647, de 16/11/2004.